Recordaremos hoje uma passagem de Emmanuel no livro “Há 2000 mil anos” (autoria de Chico Xavier, pelo espírito de Emmanuel), no qual Públio Lentulus, então, um senador romano, fica frente a frente com Jesus e, por ser dominado pelo orgulho da posição social e política que ocupa, perde a oportunidade mais importante de sua trajetória evolutiva.
Deixa que as ilusões da vida material o ceguem frente àquela luz e ignora a grandiosidade e o amor que a figura do Cristo irradiava, como ele mesmo descreve em poucas e profundas palavras.
“Tratava-se de um homem ainda moço, que deixava transparecer nos olhos, profundamente misericordiosos, uma beleza suave e indefinível. Longos e sedosos cabelos emolduravam-lhe o semblante compassivo, como se fossem fios castanhos, levemente dourados por luz desconhecida. Sorriso divino, revelando ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia. Irradiava da sua melancólica e majestosa figura uma fascinação irresistível.”
Movido por forte emoção, que tomava todo seu ser, ajoelha-se. Jesus caminha para ele e pergunta: “Senador, por que me procuras? Fora melhor que me procurasses publicamente e na hora mais clara do dia, para que pudesses adquirir, de uma só vez e para toda a vida, a lição sublime da fé e da humildade”.
E continua: “…não venho buscar o homem de Estado, superficial e orgulhoso, que só os séculos de sofrimento podem encaminhar ao regaço de meu Pai; venho atender às súplicas de um coração desditoso e oprimido… Soa para teu espírito, neste momento, um minuto glorioso, se conseguires utilizar tua liberdade para que seja ele, em teu coração, doravante, um cântico de amor, de humildade e de fé, na hora indeterminável da redenção, dentro da eternidade.”
Nesta noite, Públio Lentulus esteve entre dois caminhos: o do servo de Jesus e o do servo do mundo e, pelo orgulho que acorrentava o espírito, o senador romano continuou servindo ao mundo.
E nós? A quem servimos? Estamos deixando nosso orgulho falar mais alto e, como ele, perdendo muitas vezes a chance para a regeneração de toda uma vida? Lembremo-nos desse grandioso exemplo e fiquemos atentos à lição sublime de fé e de humildade que o Cristo nos ensinou.
Ouçamos o Mestre, em Mateus, capítulo XI, v, 29-30: “ … aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”